EDITORIAL JORNAL DE CÁ, DEZEMBRO 2014
Estamos a menos de um mês da entrada de um novo ano. E se a data é, todos os anos, um
momento importante para iniciarmos processos de mudança do que está mal nas nossas vidas,
esta viragem de 2014 para 2015 afigura-se uma das mais decisivas das últimas décadas.
Vivemos tempos em que o sentimento generalizado é que pouco importam as nossas decisões
ou reflexões, porque tudo nas nossas vidas está regulado, controlado e sem margem de
manobra para a nossa intervenção. De facto, o espaço do cidadão é cada vez mais o espaço
dos partidos políticos e o espaço da política. As iniciativas de cidadania acabam
inevitavelmente por cair na esfera partidária ou correm o risco de não ganhar dimensão. Mas
do que a política trata é das nossas vidas, do nosso dia-a-dia e do futuro dos nossos filhos.
Assim sendo, como é possível ficarmos alheados? Como é possível não participarmos nas
decisões ou deixarmos nas mãos de terceiros o rumo que queremos dar ao nosso destino
individual e coletivo. O ano que entra será de eleições para a Assembleia da Republica. Temos
todos a obrigação de transformar este ato eleitoral num ato de cidadania com uma afluência
massiva às urnas. Sob pena de definitivamente ficarmos sem voz para protestos ou desagrado
das políticas que nos forem impostas. Também no Cartaxo, politicamente, o ano de 2015
marca uma mudança. Os dois maiores partidos entram no novo ano com lideranças acabadas
de eleger e, embora a promessa seja de continuidade das políticas, a esperança é que se
aproveite o momento para renovar discursos, cativar os cidadãos para a participação cívica e
se procurem consensos capazes de dar resposta às reais necessidades do concelho. Este não é
um ano bom para estratégias partidárias por ser imperativo encontrar soluções que devolvam
aos munícipes a confiança e o orgulho de aqui viver e que os graves problemas que
enfrentamos possam ser resolvidos interferindo o mínimo na qualidade de vida de todos nós.
Em 2015 cá nos encontraremos. Vamos lá a ver o que vamos ser capazes, todos, de fazer com
esta oportunidade de mudança que o calendário nos dá.
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