terça-feira, janeiro 24, 2006

A Lareira do Amor

O amor é uma lareira. Uma lareira acesa, permanente e fiável, que nos aquece ao longo da noite e do dia. Para isso temos de lhe ir deitando pedaços de lenha. Com sorte podemos colocar um tronco maior e ele ali vai queimando lentamente, de forma segura. Corremos o risco de a lareira se apagar... por isso o melhor mesmo é ir deitando umas folhas secas... umas pinhas... uns pedaços de madeira seca. Tudo é permitido, e cada um usa os truques que pode e sabe para manter a lareira acesa. A paixão é uma parte dessa lareira. É o momento em que a acendemos e as chamas sobem altas, enlouquecidas e a escaldar. Gosto desta parte. Gosto desse calor sufocante. Mas não vivo sem a lareira cheia de brasas a transmitir aquela tranquilidade quente e aconchegante. E a obrigar-nos a uma permanente atenção para que não esmoreça, não se apague. Nunca mas nunca mesmo se deve escolher lenha que não cabe na nossa lareira, ou lenha molhada e imprópria para queimar.
Também a lareira deve ser escolhida à nossa medida. Ao nosso gosto. Eu acendi tantas lareiras que acabei por encontrar a minha. Desastrado, entornei-lhe um balde de água numa manhã fria de Fevereiro e ela apagou-se. Pior, estava tão quente que o contacto com a água fria lhe abriu fendas irreparáveis. Bem tenho tentado mas acho que nunca mais vou conseguir acendê-la.
Tenho saudades da minha lareira. Das suas chamas, a excitação que me dava mantê-la acesa. Tenho saudades do seu calor incomparável que nunca mais encontrei outro assim.

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