quinta-feira, março 16, 2006

Vou estar sempre

Vais encontrar o meu nome, toda a vida,
impresso na pele de quem amares,
a vaguear por entre os lençóis
onde pernoitares.
Vais encontrar a escorrer
por entre os dedos
o mel do prazer que partilhámos.
Em todas as casas que habitares
vais encontrar-te com os objectos
em que tocámos,
os livros, as chávenas,
as almofadas, os pincéis,
as toalhas, a lenha, os poemas,
os CD’s, e os anéis.
Em todas as paixões que viveres
vais descobrir os momentos
que deixámos de partilhar
só para que o teu orgulho
pudesse deixar-te respirar.
Em todos os homens
vais descobrir-me,
porque sou um só
e esse é todos sem excepção.
Porque não há quem te possa
fazer feliz
a não ser quem entenda
a essência do teu ser, como eu.
Vais encontrar o meu nome toda a vida
impresso na memória da tristeza que te fiz sofrer,
a vaguear por entre as manhãs frias
em estações que não eram a tua
e onde nunca devias ter corrido
em busca
de um amor que não te merece.
Vais encontrar em todas as madrugadas
os sons do nosso amor,
quando abafávamos a voz
e estrangulávamos os sentidos
para não sermos descobertos
pelos frutos das nossas paixões.
Vais viver e sentir toda a vida
sob a pele e dentro de ti,
os dias que já não queres viver,
em noites de delírio
para as quais te esqueceste
de me convidar.

1 Comentários:

Blogger Patrícia Sousa Cardoso disse...

Adorei este texto que me dedicaste hoje! Obrigada. Eu também te digo: Vais encontrar o meu nome toda a vida!

7:18 da tarde  

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